A cor pode ser determinante na vivência de um jardim, é um dos aspectos potenciadores da atmosfera que se vive no exterior. Seja um ambiente vibrante, calmo, convidativo, enérgico ou meditativo. A cor é uma ‘ferramenta’ muito poderosa.

Por vezes, com o entusiasmo de jardinar, pode haver tendência a misturar uma grande variedade de cores sem ter uma escolha refletida de tons que tenham força para transmitir o ambiente pretendido. Trabalhando com cor o conceito ‘menos é mais’ pode criar jardins mais fortes e com um ambiente que vá ao encontro daquilo que é pretendido, para que desfrute o máximo do espaço exterior.

A cor pode estar nos materiais, nas paredes, no mobiliário mas também claro, nas plantas. A natureza pode ser uma grande inspiração para compreender as associações de plantas que lhe agradam. Poderá ainda seleccionar duas ou três cores que sejam complementares ou cuja conjugação seja harmoniosa.

Pensando em cor nas plantas associamos imediatamente a flor, mas podemos também apostar nas cores e tons das folhas, dos frutos ou dos ramos e assim teremos um efeito mais prolongado uma vez que muitas plantas têm épocas de floração curtas.

Criar dinâmica no jardim ao longo das estações permite observar e experiênciar a sua evolução.
Para escolher as plantas num jardim temos quase sempre em conta a sazonalidade, se pretende que a cor se mantenha ao longo do ano é importante combinar plantas com interesse diverso e associar plantas que tenham diferentes épocas de floração.

A cor tem uma enorme influência na atmosfera de um jardim e deverá ser considerada para todos os seus elementos.

Este exemplo, um jardim por Luciano Giubbilei no Festival de Jardins de Chelsea em 2014, ilustra bem um trabalho deliberado com a cor. Aqui Luciano contrasta tons monocromáticos do betão e da pedra com o verde da vegetação onde sobressaem flores de tons amarelos, brancos e azuis que têm um enorme destaque no jardim e na criação do ambiente pretendido.

Quando se trata de vegetação também a textura/volume têm um grande impacto no resultado ‘final’ do jardim.
Não esquecendo a análise de base relativamente às condições do solo, exposição solar, clima, manutenção, entre outras.

Amália Souto de Miranda Arquiteta Paisagista, Loci Studio